terça-feira, 27 de outubro de 2009

J. R. R. Tolkien e suas criações


Basicamente, em meus momentos de folga gosto de fazer duas coisas: Ouvir música, no meu mp3, e ler. Adoro ler.

Quero falar um pouco sobre o livro que terminei de ler (hoje, por sinal).
Ganhei de presente de aniversário 05 livros do J.R.R.Tolkien: O Hobbit, O Silmarillion, e O Senhor dos Anéis, vol. 1, 2 e 3. Quem assistiu aos filmes da trilogia de Tolkien está familiarizado, digamos, com criaturas como elfos, orcs, ents, magos, balrogs, hobbits e outros. Os livros ainda mostram criaturas que não foram incluídas nos filmes.

Hoje terminei de ler O Silmarillion, e quero dizer uma coisa: É MUITO BOM!!! Sempre quando via os filmes (e confesso: devo ter visto cerca de doze vezes, cada um) havia coisas que não entendia muito bem.
Em O Senhor dos Anéis – As duas torres (filme 2), por exemplo, quando Aragorn cai no rio e vai parar numa praia, permanecendo meio desacordado por causa da queda e da distância em que foi levado pela correnteza, Arwen, a elfa, aparece para ele e fala: “Que a graça dos Valar lhe proteja”. Acho lindo, porque ele foi socorrido por Brego, o cavalo, e levado de volta ao Abismo de Helm, onde foi recebido pelo povo de Rohan. Só que, quem são os Valar?? De onde vieram os Elfos? De onde veio Sauron, o Inimigo? Então li O Silmarillion. Neste livro, Tolkien narra o princípio de tudo, desde a criação de Arda (a Terra), até a ida dos últimos elfos para o Oeste (penúltima cena do filme O Senhor dos Anéis 3 – O Retorno do Rei).

Resolvi contar aqui, resumidamente, o que narra o livro O Silmarillion.


No início, Ilúvatar, o Único, gerou de seu pensamento os Ainur; e eles criaram uma Música magnífica diante dele. Nessa Música, o mundo teve início, pois Ilúvatar tornou a canção dos Ainur visível e deu Vida a ela, instalando-a no vazio. Aqueles dos Ainur que assim desejaram, levantaram-se e entraram no mundo no início dos Tempos. A missão deles era concretizar a visão da canção que tinham feito.

Assim foi criada Arda, o Reino da Terra. Os Ainur vestiram os trajes da Terra, desceram até ela e a habitaram. Esses espíritos vieram habitar em Arda e, os grandes entre eles são o que os elfos chamam de Valar. Os Senhores Valar são sete e as Rainhas dos Valar (Valier) são também sete. Entre eles veio um rebelde, que não está mais incluído entre os Valar.


Abaixo, os nomes deles e a “função” de cada um em Arda, a partir de Valinor, a terra dos Valar:

Manwë Súlimo: o primeiro de todos os Reis, Senhor do Alento de Arda. Ele tem a maior estima de Ilúvatar e seu prazer está nos ventos e nas nuvens, em todas as regiões do ar, das alturas às profundezas. Ele ama as aves velozes, de asas fortes. Elas atendem às suas ordens.

Varda: Senhora das Estrelas, mora com Manwë. É bela e majestosa e a luz de Ilúvatar vive em seu semblante.

Ulmo: é o Senhor das Águas e tem sob seu domínio todos os mares, lagos, fontes e nascentes. Vive só e se movimenta em todas as águas profundas da Terra ou debaixo dela. Seu poder só é inferior ao de Manwë, seu melhor amigo. Ele ama elfos e humanos e quando cria música, aqueles que a escutam passam a ouvi-la para sempre em seu coração e o anseio pelo mar nunca mais os abandona.

Aulë: é ferreiro e mestre de todos os ofícios e deleita-se com trabalhos que exigem perícia. Tem poder pouco inferior ao de Ulmo e governa todas as substâncias das quais Arda é feita. São dele as pedras preciosas que jazem nas profundezas da Terra, inclusive o ouro. Ama os elfos e, mesmo depois de criar os Anões - obra feita às escondidas, mas que acabou por ser aceita pelo Único – permanece fiel a Ilúvatar.

Yavanna: é a Provedora de Frutos, esposa de Aulë. Ela ama todas as coisas que crescem na Terra, das árvores ao musgo e seres pequenos e secretos que vivem no solo. Há quem a tenha visto como uma árvore sobre o firmamento, e de todos os seus galhos derramava-se um orvalho dourado sobre a terra estéril, que se tornava verdejante com o trigo. As raízes estavam nas águas de Ulmo e os ventos de Manwë falavam nas suas folhas. Das Rainhas dos Valar, ela precede Varda.

Mandos: é o Guardião das Casas dos Mortos, o que convoca os espíritos dos que foram assassinados. Nunca se esquece de nada e conhece todas as coisas que estão por vir, à exceção daquelas que se encontram no arbítrio de Ilúvatar, o Único. Ele é o Oráculo dos Valar, mas pronuncia seus presságios e suas sentenças apenas em obediência a Manwë.

Vairë: a Tecelã, esposa de Mandos. Ela tece em suas telas todas as coisas que um dia existiram no Tempo.

Lórien: é o Senhor das Visões e dos Sonhos, irmão mais novo de Mandos. Seus jardins, na terra de Valimar, são os mais belos locais do mundo.

Estë: a Suave, curadora dos ferimentos e das fadigas, é esposa de Lórien. O repouso é o seu dom. Em suas fontes, todos que moram em Valinor revigoram suas forças. Com freqüência os Valar vêm eles próprios para encontrar repouso e alívio dos encargos de Arda.

Nienna: irmã de Mandos e Lórien, vive sozinha e pranteia todos os ferimentos que Arda sofreu pelos estragos de Melkor, o Terrível. Ela não chora por si mesma e quem escuta o que ela diz aprende a compaixão e a persistência na esperança. Todos os que esperam em Mandos clamam por ela, pois ela traz força ao espírito e transforma a tristeza em sabedoria.

Tulkas: o Valente, aprecia a luta corpo a corpo. Chegou por último em Arda para auxiliar os Valar nas primeiras batalhas contra Melkor. Não cavalga nenhum corcel, pois supera em velocidade todas as criaturas providas de patas, além de ser incansável. Presta pouca atenção ao passado ou ao futuro e tem pouca serventia como conselheiro, mas é um amigo destemido. Ele sempre ri em batalhas.

Nessa: é ágil e veloz. Ama os cervos e adora dançar. Ela é esposa de Tulkas e irmã de Oromë. Ela dança em Valimar em gramados eternamente verdes.

Oromë: o Senhor das Florestas, é um senhor poderoso, caçador de feras cruéis e monstros. Em sua ira é mais temível do que Tulkas. Amava as terras da Terra-média e foi o primeiro Valar a encontrar os Elfos, os Primogênitos de Ilúvatar. Ele adora cavalos e cães de caça.

Vána: a Sempre-jovem, é esposa de Oromë e irmã mais nova de Yavanna. Todas as flores brotam em sua passagem e se abrem se ela as contemplar de relance. Todos os pássaros cantam à sua chegada.

Esses são os nomes dos Valar e das Valier. Eles assumiram a forma dos filhos de Ilúvatar para habitarem Arda. Tal forma não passava de um véu a encobrir sua beleza e seu poder. Manwë é o Rei e tem a lealdade de todos sob as ordem de Ilúvatar. Mas há mais um, renegado entre os Valar por suas maldades e destruições: Melkor.

Melkor: irmão de Manwë, os elfos o chamam de Morgoth, o Sinistro Inimigo do Mundo. Do esplendor, por arrogância, caiu no desdém por tudo que não fosse ele mesmo, um espírito devastador e impiedoso. Violento e tirano, cobiçava Arda e tudo o que nela existia, desejando a realeza de Manwë e o domínio sobre os reinos de seus pares. O entendimento ele transformou em sutileza, tornando-se um mentiroso contumaz, capaz de perverter e encher de temor todas as criaturas vivas, através de seus atos malignos.

SINISTRO!

Com os Valar outros espíritos de grau inferior vieram a Arda. São os Maiar, criados e auxiliares dos Valar. O livro O Silmarillion cita apenas alguns:

Ilmarë: criada de Varda, a Rainha dos Valar.

Eönwë: poderoso em armas, ele é o porta-estandarte e arauto de Manwë, o Rei.

Ossë: vassalo de Ulmo, o Senhos das Águas. Ele ama as costas e ilhas e se deleita com os ventos de Manwë, pois se delicia com as tempestades e ri em meio ao bramir das ondas. É conhecido por sua ferocidade e os que moram junto ao mar ou navegam em barcos podem amá-lo, mas nele não confiam.

Uinen: ela é a Senhora dos Mares, esposa de Ossë. Ama todas as criaturas que habitam as correntes salgadas e todas as algas que ali se desenvolvem. Ela é capaz de impor a calma às ondas, restrigindo a ferocidade de seu esposo. Por ela clamam os marinheiros.

Melian: servia tanto a Vána, a Sempre-jovem, quanto a Estë, a Suave. Morou em Lórien, cuidando das árvores antes de vir para a Terra-média. Não havia, dentre seu povo, ninguém mais bela, mais sábia, nem mais hábil em canções de encantamento. Ela foi a única Maia a se casar com um Primogênito de Ilúvatar – Thingol, um Elfo que veio a ser um grande rei na Terra-média. Dele Melian gerou Lúthien, a mais bela elfa que já existiu na Terra-média. Arwen, que se casou com Aragorn, é descendente de Lúthien.

Olórin: o Sábio. Aprendeu com Nienna a paciência e a compaixão.

Mas nem todos os Maiar eram leais aos desígnios de Ilúvatar. Morgoth, o Sinistro Inimigo do Mundo, tinha como servo o espírito chamado SAURON, o Cruel. Em todos os terríveis atos de Morgoth, Sauron teve participação, e era menos maligno do que seu senhor somente porque, por muito tempo, serviu a outro Valar (Aulë), e não a si mesmo. No entanto, nos anos posteriores, ele se elevou como uma sombra de Morgoth e como um espectro de seu rancor.

O livro O Silmarillion passa, então, a narrar os atos cruéis de Morgoth contra os Valar, posteriormente contra os Elfos e, em seguida, contra os homens. Aqueles que não matava, ele corrompia para atenderem a seus desígnios.

Os Elfos são chamados de Primogênitos de Ilúvatar, e surgiram quando Morgoth já havia se estabelecido ao Norte da Terra-média. No momento em que Varda terminou as estrelas mais brilhantes que já tinha feito, e foram demorados, os Filhos da Terra despertaram iluminados pelas estrelas – os Primogênitos de Ilúvatar.

Nesta época, somente em Valimar havia luz, que era emitida a partir de duas árvores criadas por Yavanna: uma emitia uma luz dourada e a outra uma luz prateada. Porém, quando Morgoth fugiu de Valinor, antes de se estabelecer na Terra-média, destruiu as duas árvores, deixando Arda em plena escuridão, iluminada apenas com a luz das estrelas de Varda. Somente os primeiros Elfos contemplaram as árvores abençoadas de Valinor, quando foram viver com os Valar.

Muito tempo se passou e antes de partir, Morgoth plantou sementes de rancor no coração de muitos Elfos, que preferiram deixar a terra dos Valar e retornar à Terra-média, onde surgiram. Os dois últimos frutos das árvores foram entregues a Varda para que tornassem lamparinas no firmamento, iluminando não só a terra dos Valar, como toda a Terra-média. Assim surgiu o Sol e a Lua. E quando os primeiros raios de Sol iluminaram Arda, os Filhos Mais Novos de Ilúvatar despertaram – os homens.

Os Primogênitos, ou Elfos, eram mais semelhantes as Valar, e somente morreriam se fossem assassinados, se a tristeza os dominasse ou se as forças fossem exauridas pelas maldades de Melkor. Sua sabedoria crescia de uma Era para outra, sem que nenhuma enfermidade ou pestilência lhe trouxessem morte. Estavam fadados a viver eternamente, desfrutando de Arda e cuidando dela. Poderiam ir para o Oeste, para a terra dos Valar.

Já os Filhos Mais Novos, os Homens, eram sujeitos a doenças e muitas enfermidades, mais fáceis de serem mortos por arma ou acidente, envelheciam e morriam. Temiam os Valar e não os amavam como os Elfos, e o tempo deles em Arda era menor.
Alguns dos primeiros elfos foram capturados por Morgoth e, após sofrerem terrivelmente, sucumbiram à perversão, se tornando o que hoje se conhece por Orcs. Esses se multiplicavam como moscas. Muitas feras do campo também foram alvo da maldade de Morgoth, e se transformaram em seres perversos a serviço do Inimigo da Terra-média.


Se você se interessou pela história e quer saber mais, compre o livro ou pegue emprestado em alguma biblioteca. Vale cada página!

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